Pequena fábula da Formiga

Era uma vez uma formiga. Não começarei dizendo, assim como a maioria das histórias, que ela era diferente, melhor, a mais guerreira, ou a mais trabalhadora, ou a que tinha dentro de si, um poder valioso, ou que era q era a mais preguiçosa, ou o que for. Ela era apenas uma formiga comum, igual a todas as outras do formigueiro. Não tinha nome, sobrenome, patente, título,  nem nada.
Todas as suas amigas viviam sonhando em ser algum dia algo especial no formigueiro. Uma rainha, uma princesa, uma chefe. E todas davam o seu melhor no trabalho. Dia e noite para ter a possibilidade de conquistar um futuro incerto. Os pais a apoiavam, alguns diziam: "o meu filho formiga possui potencial para atingir o que ele sonhar, basta esforçar-se."
E essa era a vida de muitos lá dentro. Viviam cansados, atarefados e cheios de responsabilidades.
Mas, assim como havia os ávidos por fama, havia também aqueles loucos por conhecimento. Passavam o dia trancados na sua toca, sem trabalhar, apenas coletando informações, lendo, investigando, pesquisando, sonhando deter, algum dia, todo o conhecimento existente.
Voltando a falar da formiguinha de nossa pequena introdução, ela diferenciava-se apenas em um quesito, ela e mais algumas de suas companheiras que compartilhavam entre si dos mesmos ideais, não queriam demasiada fama, demasiado conhecimento, e nem demasiada preguiça. Elas queriam apenas ser felizes. Enquanto todos os outros se cansavam, a formiguinha de nossa pequena história estava descansando, curtindo e aproveitando cada momento de sua pequenina e insignificante  vida em relação à imensidão do universo. Ria, ajudava os que dela necessitavam, dava o seu melhor.
Até que certo dia, veio a adoecer. Formigas não possuíam medicamentos ou métodos relativamente eficazes para graves problemas de saúde, então o que lhes restava esperar, era o leito de morte de nossa simples protagonista.
Nessa época, já obtida filhos, uma família grande por sinal, com brigas comuns, porém com um detalhe que falta ainda hoje em muitos lares: a união, a felicidade. Todo dia que não precisavam trabalhar para conseguir alimento para sobrevivência passavam  juntos.
E a formiga, enquanto dava suas últimas palavras à família, recebeu a pergunta de seu filho caçula, aos prantos: "Mamãe, sua vida valeu a pena? Você morrerá feliz?"
A sábia e experiente formiga respondeu-lhe que sim, pois não criou expectativas monstruosamente difíceis de serem alcançadas, apesar de possíveis, fez o que quis com pessoas que amava por perto, aproveitou cada instante que sua vida de inseto pode lhe oferecer. Ou seja, era em si uma formiga realizada.
 E foram com simples e singelas palavras que deu o último suspiro, deixando uma grande lição de vida para quem quer que ouvisse sua história, a utilizasse como exemplo.
Moral : Não  devemos deixar nossos sonhos de lado para ter uma vida tranquila, mas precisamos aprender a ponderar o excesso de ambos os lados, aproveitando os momentos que a vida nos oferecer, sem sobrecarregar-se de extrema responsabilidades e anseios, para algum dia alcançarmos a felicidade.



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